O Brasil assumiu, no último dia 1º, a presidência rotativa do G20 até o dia 30 de novembro de 2024 com três eixos principais: o combate à fome, à pobreza e à desigualdade; as três dimensões do desenvolvimento sustentável — econômico, social e ambiental; e a reforma da governança global. Para o professor de economia da Universidade de Brasília (UnB) Alexandre Andrada, o país precisa saber aproveitar a presidência para buscar investimentos para setores e temas de interesse nacional.
“Pode ser útil
atrair atenção para os grandes temas da economia brasileira, coisas
que o mundo olha para a gente com interesse, que tem interesse em
investir aqui, como as questões de floresta, de agricultura
sustentável, matérias-primas, petróleo. Mas são questões que
dificilmente vão ter um impacto de curto prazo. Pode ser que sabendo
aproveitar essa presidência, chamar atenção para esses setores,
começar algumas conversas que se tornem investimentos no médio e no
longo prazo”, ressalta o professor.
Fundado em 1999, o
Grupo dos 20 (G20) é o principal fórum de cooperação econômica
internacional composto pelas principais economias desenvolvidas e em
desenvolvimento do mundo. São 19 países — Argentina, Austrália,
Brasil, Canadá, China, França, Alemanha, Índia, Indonésia,
Itália, Japão, República da Coreia, México, Rússia, Arábia
Saudita, África do Sul, Turquia, Reino Unido e Estados Unidos — a
União Europeia e, a partir deste ano, também a União Africana. O
G20 responde por cerca de 85% do PIB mundial, 75% do comércio
internacional e 2/3 da população mundial.
B20
Já o
braço empresarial do grupo, o B20, será presidido pela Confederação
Nacional da Indústria (CNI), que representa o setor privado no fórum
desde 2010 e, agora, terá um papel estratégico nas decisões.
Segundo a CNI, o B20 conecta a comunidade empresarial aos governos
dos países do G20 “com a missão de construir e propor
recomendações relevantes para o setor privado de forma que
influencie o processo de tomada de decisões nas pautas prioritárias
nos países do G20”.
O professor Alexandre Andrada
explica que o fórum internacional tem como objetivo o debate entre
os representantes das principais economias do mundo. “Acaba também
envolvendo debates em torno das questões econômicas, empresariais
desses países, buscas de acordos, de iniciativas, de programas
conjuntos”, afirma.
O B20 terá o “crescimento
inclusivo para um futuro sustentável” como tema com cinco pilares:
promover o crescimento inclusivo e combater a fome, a pobreza e as
desigualdades; promover uma transição justa para “net-zero”;
aumentar a produtividade por meio da inovação; promover a
resiliência das cadeias globais de valor; e valorizar o capital
humano. O presidente da CNI, Ricardo Alban, destaca a importância de
estar à frente do fórum.
“Alinhamos o processo com as
prioridades do G20 e estamos preparados para representar
assertivamente os interesses da comunidade empresarial global. O B20
Brasil é um fórum no qual nos engajaremos, concentrando esforços
em áreas como inclusão social, combate à fome, transição
energética e desenvolvimento sustentável”, pontua.
Fonte:
Brasil 61
Foto: Ricardo Stuckert/PR
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